O amor não existe!

Eu devo estar morto. Tudo ao meu redor apodrece.

Eu não tive amigos, esposa, filhos...

Eu morri sozinho. Assim como nasci.

Ninguém me amou enquanto estive vivo. Apenas uma pessoa.

Minha mãe!

Ela me deu tudo e eu sempre joguei fora. Fui um estúpido.

Estou no umbral. Eu cometi suicídio...

Meu caráter foi ferido junto com minha personalidade.

Perdi todas as pessoas que amei, todas.

Eu nunca soube amar, de verdade.

Perdi todas as pessoas que me amaram.

Essa dor espiritual é uma mistura de amarguras que a vida, ou talvez, eu mesmo, tenha colocado no meu caminho.

Não tive tempo para agradecer todos que fizeram parte da minha vida, que me perdoem!

Tantas rejeições, tanto medo e tanta dor levam sujeitos, iguais a mim, a desistir de viver. Foi assim que decidi pela morte. É a única saída para seres infelizes.

EU A DESEJEI TANTO, QUE NOS SEUS OLHOS ME PERDI.

Tão poucas alegrias me fizeram ver que a ordem de nexo causal durante toda minha existência havia sido uma aberração.

Todos meus sonhos acabaram. Assim a depressão tomou conta de mim, aos poucos, lentamente, comecei com antidepressivos fracos, depois intermediários e por fim, os que eu chamo de “daqui-tu-não-passa”.

Senhoras e senhores, aplausos para o mais novo defunto escritor. Se em vida não tiveram a oportunidade de conhecer-me, pois que agora me analisem profundamente.

Algumas coisas levam a vida toda para acontecer. Nós conseguimos destruí-las apenas com uma atitude, e, às vezes, com algumas atitudes.

Essa dor no peito me fez chorar durante anos, até que beirando a loucura, preferi partir. Precisava conhecer esse lado da vida, ou seja, o que existe no inconsciente individual que se projeta no espaço, que vaga de casa em casa, ou que auxilia, o bem e o mal, simplesmente, meu espírito.

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 23/01/2012
Código do texto: T3457593
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