Adeus, amor

Adeus, amor.

Tu já passaste muito por esses quintais,

Já mataste muitas flores,

Deixou muita chuva cair sobre mim

E já me furou o peito e a ponta dos dedos,

Com essa faca de dois gumes.

Fez-me mergulhar de cabeça no amargo mar de sangue,

Sem se importar com o fato de que não sei nadar.

Adeus, amor.

Muito tempo já foi perdido enquanto brincávamos de perfeição

E saiba que estás a desperdiçar palavras, ao dizer

“Se acaso fores, é difícil de voltar.”

Somente tu não percebeste ainda:

O meu sorriso já trocou a cor dês do dia em que o tempo

Resolveu me fazer crescer

Adeus, amor.

Parece até que você esqueceu de dar certo.

Acordou-me de madrugada,

Envolveu-me em um terno e absoluto abraço,

Deu-me um beijo,

E eu, tola,

Dei-te meu coração.

Em meio a tanta música,

Fez-me perder o que nunca foi meu.

Adeus, amor.

Enquanto no lugar das mãos, eu possuir alicates,

Prontos para estraçalhar tudo o que tocar

Tu não serás bem vindo em meu peito.

Apesar dos danos que me causara durante a vida,

É merecido um lugar aconchegante,

De preferência carregado de leite e biscoitos.

Adeus, amor.

Engoli os momentos bons, pois já se foram.

Quero ver como é brincar de morrer,

E tentar aprender sem errar.

Hoje vou pra não voltar,

Amor.

Tranque as portas, feche as janelas: A dama da sua desgraça chegou.