Às vezes, andar é preciso, mas parar é inevitável.
Às vezes, andar é preciso, mas parar é inevitável. Às vezes, precisamos de um prato diferente, saborear um renovo; então, vamos ao restaurante e pedimos o que desejamos, mas de nada adianta se não tem um garçom para nos servir e muito menos um cozinheiro para preparar nosso alimento.
Vejo-me como uma panela vazia ao fogo ardente, queimando o que não resta.
Estou num mar de gente e sinto as profundezas me absorverem cada vez mais.
Às vezes, olho para os cantos, tentando achar nem que seja uma brecha para um rumo, mas apenas me frustro novamente.
Os dias passam e, com isso, a esperança fica em coma-induzindo, respirando por aparelhos, mas uma hora o coração para e o aparelho será desligado.
É verdade, a vida é uma roda gigante, mas a minha roda não gira e, com isso, eu não saio do lugar, de baixo, apenas dou uma leve mexida pelo vento, mas logo volto para o lugar de origem.
Sobre os cacos da falta de imaginação, meus pés se cortam e, vazios, não sangram mais.
A mente passa de um lado a outro e a cabeça dói, na enxaqueca que vai além do corpo físico.
Vejo-me como uma fagulha do fogo, queimando loucamente, para findar logo depois.
O vazio em que me encontro, tenho dito, é o do inaudito, é o da centelha, é o daquilo tudo que se esconde num punhado de nada.
Renato F. Marques