A cortina


O mesmo palco
mudou a cena
trocou a pena
que ecrevia o fato
A velha cadeira
sem assento e braços
guarda os aplausos
em sua poeira
Cortinas desbotadas
antes vermelhas 
agora acinzentadas
por ausência de luz
padecem na cruz

Que foi do ornato
que sempre com pressa
marcava cada ato
de cada peça?
Saudoso se enverga
sobre o tablado
vendo se enxerga
o que ainda resta
dos anos dourados
e que agora
prateados
em silentes gestos  
podem ser contados
Sentado espera
que em uma noite
de angústia velada
a cortina do palco
peça, enfim
que seja fechada


 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 19/01/2012
Código do texto: T3449967
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