Nublado Novembro
Sábados abafados de dor
Correntes de ar me atravessam
Desesperanças internas, nenhum amor
As terríveis lembranças recomeçam
O dia cinza me demonstra
Os pequenos sábados sofridos
Meus choros, feridas à mostra
Sozinho, preso, sem amigos
O sol aparece para uma visita
Por um segundo, tudo muda
Uma sensação nova, meio esquisita
O céu fecha, uma nuvem intrusa
Males e machucados ao vento
Meu corpo e seus fragmentos
Dor, raiva, o medo do sofrimento
Que já vive em mim, em cada momento
Só espero o sol abrir
Pois o ano é sempre um tormento,
Queria sumir, daqui fugir
E esquecer para sempre, meu nublado novembro...