Vago Itinerário
Cai o raio na terra anciã
Não é tarde, olho a chuva
Do meu......divã
A chuva passa fica o sol...da manha
Eu vacilo...como sempre estou a vacilar
Do alto da minha alma anã
Desentendo o dia e essas suas variantes
Busco saída no horizonte distante
Mas a luz fechou o dia e minhas ilusões itinerantes
A noite, sei que terei de volta os fantasmas, por certo
Do meu atavismo eu espero, eu sempre espero
E o silêncio que venero
Não é meu, apenas vivo nele
Como um corcunda que vive na torre
Com seus sinos
Eu desentendo todos os sinais e não entendo
O rosto medonho, horrendo
No espelho me olhando
Eu não quero que seja meu
Alivia-me não olhá-lo
Mas sei que estará lá
Crispado e turvo
Crispado pelo horror do dia
Turvo pela torpor da noite
Pelo medo de viver
Por não saber do amanha
Por não saber o que seria
Por saber da minha covardia
Por saber que nada sei
Fujo com todos os sentidos, enfim
Com meus olhos no futuro
Que sei obscuro
Quiçá escuro
Quiçá, sem mim!