Meu amor morreu
Cravo o punhal em minha alma fria
Num gesto de desespero e dor
Vazou de minhas mãos já vazias
O bálsamo fugidio do amor!
Sentimento que nunca você teve
Flor enferma não desabrochada
Semente morta jogada ao vento
Uma sinfonia tíbia, inacabada
Devassa-me os nós do tempo
Na geada da aurora indefectível
Da ferida nunca fechada!
Irrealizáveis, esperanças agora jazem
No baú de dores entreaberto
Numa estação de trem abandonada!