Rancor que mata.
Sangria...
Sangria desatada.
Sangue jorrado dentro e fora de mim.
Eu sobre a vida e perto da escuridão.
Coração abatido, corpo pela dor transpassado.
Não, não há um lar para mim.
Não há um lugar onde reine a paz.
A agonia tomou conta de meu ser.
E eu sinto meu corpo esmorecer e minha carne padecer.
Sangria desatada, essa dor, que só me causa rancor.
Estrebuchando de agonia.
Marcado na carne pelo sofrimento e pela injustiça.
Eu vertido em sangue.
Alma chorosa, carne ardente em alergia.
E eu quase arranco meus olhos com os dedos.
Minha carne arde em coceira.
E eu rasgo minha pele até sangrar.
Meu sofrimento é fruto desse vazio fora de mim.
Mundo feio, mundo mau.
Prostrado pela dor, permaneço como zumbi nessa cama fria e triste.
Dor nos olhos.
Sangue no corpo e na carne marcada e rasgada.
Sangria desatada é essa vida.
Perdido sem amor e sem lar.
Não há um lugar para mim.
Porque não há espaço onde eu não sinta dor.
Porque meu fantasma, é a dor do mundo, que me entra na alma e corta por inteiro.
Não sei se sou lobo ou cordeiro.
Só sei que passo a vida a ruir minha carne em lágrimas.
Eu corto minha carne e me rasgo em coceira e alergia.
É como se minha alma amaldiçoasse meu corpo por ter ele de viver nesse mundo maldito.
Sangria desatada.
Pois, que se foram os nós.
E só ficou meu sangue jorrado no chão.
Eu perdido no vazio e no frio.
Não há palavras de carinho, porque eu estou sozinho.
E não há nada que me arranque dessa nuvem de dor.
Porque eu sou puro rancor.
Sou carne estraçalhada e para sempre marcada.
E não, não há cura para o meu mal.
Não, não há cura, porque o que tenho é uma alma mutilada.
E para alma mutilada não há, nem nunca haverá cura.