NUVENS E SENTIMENTOS

Vão pesadas no horizonte, púmbleas nuvens

Quão pesados sentimentos no meu peito

Tão escuras quanto aquelas cheias d’água

São de lágrimas recheados os sentimentos

Vejo assim retratado lá no céu

O que se passa dentro do meu velho peito

Se lá derrama em raio e chuva, a tempestade

Aqui derrama em dor e pranto, a saudade

Às vezes formam arquitetura de algodão

Como a que vi em certa tarde ao pôr-do-sol

Um túnel belo, grandioso, majestoso

Que evocava em cada vista: é o amor!

Assim também dentro do meu peito há

Sentimentos que constroem tão grande amor

Mas minhas nuvens eu não posso apontar

Como aquelas que eu vejo em pleno céu

Dessa forma, impotente, pobre eu

Tanto amor construído em peito meu

Tão perto da amada, a lhe falar

E sem poder lhe mostrar o túnel seu

Não sabe a voz falar de sentimentos

O coração que sabe, não tem voz

Só seu batuque sem compasso e muito alto

Sintoniza com o som das trovoadas

O vento traz as nuvens carregadas

O tempo leva meu amor pra nunca mais

Cai na terra a chuva adubadora

Fere a terra a lágrima sofredora

(feita em 03-05-09)

Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 28/12/2011
Código do texto: T3410049
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