NUVENS E SENTIMENTOS
Vão pesadas no horizonte, púmbleas nuvens
Quão pesados sentimentos no meu peito
Tão escuras quanto aquelas cheias d’água
São de lágrimas recheados os sentimentos
Vejo assim retratado lá no céu
O que se passa dentro do meu velho peito
Se lá derrama em raio e chuva, a tempestade
Aqui derrama em dor e pranto, a saudade
Às vezes formam arquitetura de algodão
Como a que vi em certa tarde ao pôr-do-sol
Um túnel belo, grandioso, majestoso
Que evocava em cada vista: é o amor!
Assim também dentro do meu peito há
Sentimentos que constroem tão grande amor
Mas minhas nuvens eu não posso apontar
Como aquelas que eu vejo em pleno céu
Dessa forma, impotente, pobre eu
Tanto amor construído em peito meu
Tão perto da amada, a lhe falar
E sem poder lhe mostrar o túnel seu
Não sabe a voz falar de sentimentos
O coração que sabe, não tem voz
Só seu batuque sem compasso e muito alto
Sintoniza com o som das trovoadas
O vento traz as nuvens carregadas
O tempo leva meu amor pra nunca mais
Cai na terra a chuva adubadora
Fere a terra a lágrima sofredora
(feita em 03-05-09)