É a dor que grita

Ouço um gemido, logo após um grito.

Serão os olhos a terem medo?

Sento, me acalmo e descubro que os olhos não são.

Olho em volta. Tudo calmo novamente.

Sinto uma fisgada no estômago. Lombriga não era.

Fechei os olhos e gritei... Não era fome.

Respirei fundo, não senti mais nada.

Levantei e caí. Minhas pernas falharam e por sorte não quebraram.

Em prantos sentem, entrei em prece e me acalmei.

Novamente fechei os olhos e não consegui aguentar a dor.

Dessa vez na cabeça... Chorei. Não aguentei.

Tive acesso ao mau que causei e lembrei do que já tinha sofrido.

Descobri que a minha dor era eu mesmo.

Fiquei sem saber o que fazer.

Me levantei, fui à cozinha, me mediquei.

Me dirigi ao quarto urrando de dor, deitei na cama e dormi.

Procuram até hoje o tal de Fernando na minha cidade.

Renan Augusto
Enviado por Renan Augusto em 24/12/2011
Código do texto: T3404450
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