Quebrante
Meu semblante é triste
Sorridente, porém taciturno
De ares noturnos e obscuros
Sou dama da noite
Prisioneira do sofrimento
Escrava do passado
Vedete dos aborrecimentos
Sabe do meu destino
Quem vive a margem do precipício
A beira do abismo
Ao afago do acaso
A mercê dos delírios...
Vago em mim...
Em busca de locomoção
Emoção e vocação...
Mas me perco em trilhos
Como vagão descarrilado de maus tratos
Certamente sou descrente
Desprovida de vida
Fui infeliz nas minhas idas
Desafortunada nas chegadas...
Pareço não ter nada,
Além da paradas.
Coleciono decepções
Escondo escombros de pavor
Enterro palavras sem noção do prejuízo
Perco tudo sem juízo
Entrego minha história em mãos errantes
Minhas forças são quebrantes...