A morte cotidiana do amor.
Chorem, meninos e meninas, chorem.
Chorem, garotos e garotas.
Chorem, homens e mulheres.
Chorem, idosos e idosas.
Chorem, heteros, gays, lésbicas e bissexuais.
Sim, chorem, brancos, negros, pardos, indios e mestiços.
Chorem, sim, chorem.
Chorem muito.
Chorem, hoje e amanhã.
Chorem, bichos, arvores e todos serres viventes desse mundo.
Sim, chorem muito: chorem a morte cotidiana do amor.
Chorem, a perpetuação da dor, do desamor e do rancor.
Chorem, o crime cometido contra a humanidade.
Chorem, a desigualdade e a desumanidade.
Chorem, a desonestidade e chorem mais ainda a maldade feita de irmão contra irmão.
Chorem, criaturas desse mundo.
Chorem a morte do amor e a perpetuação do desamor.
Digo chorem, porque eu não tenho mais palavras para dizer que possa suavizar toda essa injustiça que reina nesse mundo.
Chorem, porque ao invés de vivermos o amor, nós vendemos o amor.
Sim, nós vendemos o amor e ao fazermos isso nós nos perdemos do amor.
Sim, o amor nesse mundo não mais existe.
Mas, se o amor não mais existe, você poderia me perguntar, então, o que existe?
O que existe, meu amigo, é apenas a ilusão de algo que partiu para nunca, nunca mais voltar.