TRÁGICAS LEMBRANÇAS
Não foste tu, se bem me lembro,
A fartar-te dos beijos meus outrora?
Hoje pelo que vejo
Nem um olhar vesgo desprovido de desejo
Lança-me por esmola.
Recusa-te a pronunciar o nome,
Até mesmo com escárnio,
De quem um dia te deu tanto amor!
A quem deves a graça de um herdeiro eminente.
Pois bem!
Eu já mais hei de esquecer:
Que tu banhaste de minhas lágrimas,
Bebeste do meu sangue,
Comeste de minha carne
E chupaste do meu tutano para depois
Vir atirar os meus ossos aos cães.
Melhor seria se tivesse me cremado,
E as minhas cinzas atiradas ao vento.