Futuro invisível
 


No meio da multidão
cabisbaixo vai o menino
buscando não sabe o que
num mundo tão pequenino


Em casa deixou a mãe
o pai nem sabe quem é
cada rosto masculino que ver
pensa será que é este ou não é


Seu nome não está escrito
em nenhum papel ou documento
à escola nunca foi
contar as moedas é um tormento


Seu maior desejo era brincar
correndo atrá de um bola 
mas a trocou por uma camisa 
para esconder sua cola


Com futuro, incerto ou invisível
talvez nunca seja visto ou ouvido
em poucos anos quem sabe
o mundo não o terá engolido


Tudo começou há cinco anos atrás
quando num encontro casual
um homem e uma mulher 
traçou sua sina fatal








Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 16/12/2011
Reeditado em 16/12/2011
Código do texto: T3392744
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