Ingratidão

Ingratidão

Marcos Moreno / Ibitinga

Quantas vezes eu tive que mentir

Quantos " sapos " eu tive que engolir

Pra nunca deixar nada faltar

Quantas noites eu passei acordado

Quanto dinheiro eu tomei emprestado

E quantos " nós " eu tive que dar

A vaidade eu fui deixando de lado

Já não importava o sapato furado

Tudo eu fazia para ele estudar

Muitas vezes eu não tinha um tostão

E me doía no fundo do coração

Quando ele pedia para depositar

Não era pra farra que ele pedia

Era para as despesas do dia a dia

Que inevitavelmente tinha que gastar

Foi sufocante, desgastante e sofrido

Mas valeu a pena ver o filho querido

Com o diploma e os amigos a festejar

Porém, às vezes, eu me pego pensando

Tem uma cena que eu fico lembrando

Quero esquecer mas é inevitável...

Não tiramos com ele nenhuma fotografia

E como presente naquele lindo dia

Ainda me chamou de irresponsável

E como bom pai eu não me importei

Disfarcei e fiz de conta que não escutei

Mas no fundo isso ficou a machucar...

Alguns meses depois outra cena surgiu

Pra quem ouviu e fingiu que não ouviu

Ele também mandou tomar naquele lugar.!

Ingratidão

Marcos Moreno / Ibitinga

Se às vezes eu fico triste, tenho meus motivos...

E se às vezes eu choro, também os tenho...

Marcos Moreno Ibitinga
Enviado por Marcos Moreno Ibitinga em 14/12/2011
Reeditado em 14/12/2011
Código do texto: T3387674
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