Desencanto
desencanto
O pranto comeu as lembranças
o vento varreu a beleza.
O silêncio é estrela cadente
nos braços da correnteza.
Meu choro de água quente
buscando em tua nascente
desencantar a tristeza.
Descanso os olhos cansados
na luz etérea do vento.
Liberto os medos guardados
no bojo do pensamento.
Um coração de menino
num corpo já sem destino,
no gelo do esquecimento.
( Resta um suspiro profundo
ante o desejo infecundo
do gozo sem sofrimento. )
MARILIA ABDUANI