Poucas Horas...

Somente desejaria dois minutos para olhar cenas esquecidas,

Imaginar que ainda estarei vendo poucos detalhes,

Confortar-me em perder tudo que vejo.

Diante da estranha fronteira das duas mortes,

Há desolação e assombro.

Mesmo assim, caminho na sua tênue linha.

Não haverá nada que eu possa temer,

Jamais minha alma se renderia ao medo humano.

Apenas o adeus,

Fazem minhas mãos tremerem e meus pensamentos desaparecerem.

E mesmo calado,

Pareço cantar as orações do meu funeral,

Enterrando segredos que devorarão minhas lágrimas.

Dois minutos se passam...

Agora meu desejo há de ser cumprindo?

Mas não há desejo algum,

Não há nada diante de mim...

O pôr-do-sol se reflete em meus olhos,

E chorando pela perda do que mais amava,

Acredita-se que fora apenas minutos alheios,

Agora o tempo não mais perturbará.

Minha vida aqui acabou... Enterre-a no jardim.

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 06/01/2007
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