Saco lacrimal
Sinto cair dos meus olhos apenas um fio.
Um fio sem palavras
Com a sua lentidão expressa todo o sentimento de uma alma que perde e não pode olvidar.
Se faz necessário esquecer se despojar das sombras de um passado que não existi mais. Ou melhor nunca existiu.
De que perda falamos? Se não a podemos explicar.
A única coisa que temos real são os recordo fotografados pela nossa memorial lua que no céu brilha
E nos perguntamos onlinemente
Estas vendo a mesma lua que eu?
A temperatura que de repente baixa
Começa o seu trabalho de congelar as palavras que brotam desde minhas lágrimas
E a vemos empedrada no meu rosto sem mais poder falar.
Dá um último suspiro
Busca um abrigo
E Declama
Esta são as palavras que brotam do meu interior
Desde meu saco lacrimal
A bacia donde me origino
Para deságua num oceano sonhado
E desembocar entre os orifícios dos teu lábios
Para uma última vez declamar
Desde o meu canaliculus lacrimalis
Como se vivesse em primeira pessoa
O meu próprio réquiem
Escutando-me cantar
"Lacrimosa dies illa,
qua resurget ex favilla
judicandus homo reus."
Em um eterno dia de ira