Sonho ao chão.
Falsa festa se prepara, num lindo castelo de areia bem longe às ondas do mar.
Festa armada no escuro, sem cores, sem vida também longe do luar.
São pessoas agitadas que andam, correm daqui para ali, sem encontrar.
Buscam adornos naturais, braçadas de flores, sem perfume, para enfeitar.
A grande festa começa...
Barraquinhas, jogos; até um "pau de cebo" com um lindo presente no cume.
Aparece então um garoto alegre com grande perspectiva.
Alguém que vinha não sei de onde; apenas criança ativa.
Viu a grande oportunidade de apoderar-se da surpresa.
Olhou aquele imenso tronco; o qual tinha que subir.
Observou a graxa que deslisava sobre a peça; achou difícil.
Pensou...Bastante firmeza, vou conseguir!...
Todos dizem:
Pensar positivo, ser otimista.
Vou conseguir num golpe de artista.
Começou o grande evento!
Todos gargalhavam,
Nele soprava o vento.
Mas quando bem perto do presente almejado,
Veio ao chão como um pião; estava aleijado...
Não mais podia tentar,
Não adiava lutar!
P'ra que o presente suado
Em vão...
Chegasse a sua mão..
...Mulher lutadora, sonhadora...
Como aquele moleque descontente
que um dia sonhou, mas não conseguiu
pôr a mão no presente.
Agora sempre triste,
Amiga da solidão
Trancafiada na depressão...
Esse é seu aleijão.