ll. DiLaCeRaDa: AqUareLa dE CiNzAs .ll

Não procure minhas respostas

Não as tenho e nem as quero...

Não procure minhas mãos frias

Não posso estendê-las...

... congeladas...

Tudo o que tenho é agourento

É sentimento de desdém...

É tudo o que jaz aquém

Das tuas falsas alegrias...

São elegias entristecidas

São manhãs adormecidas

Na letargia de pousar em mim...

Não procure meu dentes brancos

Tenho uma amarelice cordial...

Não procure bochechas rosadas

Sou pálida rosa de espinhentas floradas...

Tudo o que tenho é escalpelo

É rasgo, trapo, é atropelo...

Tudo o que posso é desgraça

É trapaça contra mim mesma...

É traça, lesma, lodo... enterro...

Tudo o que tenho é medo...

... pesadelo que vivo ao viver...

Não procure palavras belas

Ou letras que pintem telas...

Não procure borboletas amarelas

Sou aquarela de cinzas... sou pó.

ll PaRaBoLiKa ll
Enviado por ll PaRaBoLiKa ll em 29/11/2011
Código do texto: T3363822
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.