ll. DiLaCeRaDa: AqUareLa dE CiNzAs .ll
Não procure minhas respostas
Não as tenho e nem as quero...
Não procure minhas mãos frias
Não posso estendê-las...
... congeladas...
Tudo o que tenho é agourento
É sentimento de desdém...
É tudo o que jaz aquém
Das tuas falsas alegrias...
São elegias entristecidas
São manhãs adormecidas
Na letargia de pousar em mim...
Não procure meu dentes brancos
Tenho uma amarelice cordial...
Não procure bochechas rosadas
Sou pálida rosa de espinhentas floradas...
Tudo o que tenho é escalpelo
É rasgo, trapo, é atropelo...
Tudo o que posso é desgraça
É trapaça contra mim mesma...
É traça, lesma, lodo... enterro...
Tudo o que tenho é medo...
... pesadelo que vivo ao viver...
Não procure palavras belas
Ou letras que pintem telas...
Não procure borboletas amarelas
Sou aquarela de cinzas... sou pó.