LANGUIDUS
"Meu verso é sangue.Volúpia ardente...
Tristeza espera...remorso vão...
Dói-me nas veias.Amargo e quente.
Cai,gota a gota,do coração"
(Manuel Bandeira)
Ó, noite silenciosa! Tão pálida noite!
Surgem os pesadelos da noite febril.
Lânguida, a alma reclama de modo sutil.
As artérias febris gemem durante à noite.
Languidez, languidez... Oh! intensa agonia!...
Imenso desespero em mim se revelou!
A sórdida existência já me desgastou!
E sôfrega eu vivo a arquejar dia a dia...
Languidez, languidez na existência nefasta!
Às vezes delirante, grito e te maldigo!
Ah! blasfema, blasfema criatura pejada!
Os nervos convulsivos agora se inflamam!
Ai! os ossos estalam, estalam com gritos!
Os gânglios amputados reclamam, reclamam!
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