Violão perdido
Lá vem os quatro camaradas que atravessam a rua nas listras pintadas
No asfalto passo a passo bem espertos riem e conversam
Violões nas mãos completam o visual em frente ao quartel
Os generais da canção chegam sorrindo, chegam cantando em volta da praça vão se apresentando, vão se achegando, cheios de graça
E são umas graças, simpatias estampadas de patentes da alma
Com a garrafa do conhaque do bom, um ali e aqui que beija, que abraça, trazendo um novo som
As músicas da jovem que aguarda e guarda na bolsa o batom
Alegrias de graça pras pessoas de qualquer tom
A noite vara a madrugada e o homem da lei pára e pede que pare
Placa de pare na esquina alegre, cantoria mais baixo "sangue bom"
Ali à frente tem outro motivo pra cantar, tem gente a esperar
Chegamos todos com o 'laiálaiá' e todos cantam, sorriem, fotos que vão se revelar samba no pé, coração pra amar
Toma a vida, meu amigo, lavante-se, vem comigo!
Fica aí não, aí não é o seu lugar
Quer tocar meu violão?
Esquenta não, noite dessas vamos voltar
Aonde vamos terminar pra ver o dia raiar?
Tem varanda liberada de vista gelada, janela quadrada o sol redondo não vai entrar
Ali estamos, tabuleiro de xadrez, somos oito peças perdidas
Perdemos o violão, talvez!