Condenada...
Condenada como uma ave... prisioneira...
O peso do mundo... está em mim...
Dói-me tanto... ser ré... do que não fiz...
Talvez... seja a minha triste sina... enfim...
Mas ainda assim... tenho minha dignidade,
E embora ferida... sigo de cabeça erquida...
Pisando sobre espinhos sim... é bem verdade...
E esquecendo tudo... da minha própria vida...
Mas de nada... nada... estou arrependida...
Sou presa fácil... de uma cisma doentia...
Que me condena a não ser eu mesma...
Como se ser eu mesma... fosse uma anomalia.
Mas que amor é esse? - Que amor é esse?
Que quer amar aquilo que não sou?...
Será que acusar e condenar... é amor?...
Ah... meu coração quebrou... desgovernou...
Deixe-me calada... só no meu canto...
Olhando o belo castelo que desmoronou...
Os lindos sonhos...viraram um pesadelo...
Vejo os destroços do vendaval que passou...
Condenada é o que sou... condenada fui...
Resta-me apenas... aceitar a minha sorte...
O tempo irá dizer... quem errou na realidade,
Mesmo assim... irei amar até a minha morte...
Mary Trujillo
19.12.2006
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