Amiga Noite

Negra noite que me chamas pra sair

Es a única amiga que ainda me distrai

Traiçoeira com tua escuridão

Es mesmo assim a única coisa em que confio

Prefiro a tua escuridão, a o buraco negro que é o coração do homem

Prefiro os morcegos e os vermes

A tentar compreender os sentimentos contidos

Na carcaça humana

Que vê o mundo tão belo ao seu redor

E não para de destruir

Não entende a perfeição e a magnitude da natureza

Renderam-se aos males do conforto

Matando de desgosto a grande mãe.

Eu vago pela noite

Nesta imensidão de carcaças perambulantes

Que vão e vem sem sentido algum

E no fim da noite

Retorno a minha vida de carcaça robótica

Programada pra acordar, trabalhar e dormir

Boa noite.

Alessandro Lisbõa
Enviado por Alessandro Lisbõa em 23/11/2011
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T3352529