SEPPUKU (O ULTIMO POEMA DO SAMURAI)

Não serei para ti um fardo pesado,
Nem permitirei que se ponham contra mim.
Pai... Veja como eu sangro!
 As minhas escolhas levaram-me a perambular
 Num labirinto de espinhos...
Todos estes anos eu estive perdido.
Minhas vestes brancas estão vermelhas,
 Porém meus punhos e tornozelos
Não serão por grilhões feridos.
Lutei a vida toda em nome da honra
E hoje por meu orgulho fui vencido.
 Eu não descansarei em campos floridos,
Serei jogado em terreno incerto...
Lá onde as cadelas vorazes dilaceram os pródigos
E as arvores sangram e choram o pranto dos suicidas.
 Pai eu estou sangrando... Pai eu estou ferido!
E logo os meus inimigos irão me encontrar,
Não deixarei que me tomem prisioneiro
Eles não conseguirão me escravizar.
 A espada que um dia me salvou
Será a arma que irá me sentenciar,
Adeus ó amigos... Adeus ó pátria
O teu filho a ti não retornará.
(Seppuku)

Seppuku (切腹) é o termo formal para o ritual suicida chamado popularmente de harakiri (腹切り). Harakiri significa literalmente "cortar a barriga" ou "cortar o estômago". Era cometido por guerreiros samurais. Ele é feito para recuperar a honra pessoal ou limpar o nome da família, caso essa honra fosse perdida em alguma atitude indigna, evitar ser sequestrado em um campo de batalha ou por pura lealdade ao daimyo e acompanhá-lo eternamente.
No mundo dos guerreiros, seppuku era um feito de bravura que era admirado em um samurai que sabia haver sido derrotado, caído em desgraça ou mortalmente ferido. Significava que ele poderia terminar seus dias com os seus erros apagados e sua reputação não apenas intacta como engrandecida. O corte do abdômen liberava o espírito do samurai da forma mais dramática, sendo uma forma extremamente dolorosa, lenta e desagradável de morrer
Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 22/11/2011
Reeditado em 15/09/2012
Código do texto: T3350826
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