RIO QUASE MORTO
Sou as margens que assistem
Um desfile só de ida
De um rio pobrezinho,
Esquecido pelas águas.
Pelas águas esquecido
Vai chorando em cada curva,
Num lamento tão profundo
Como a morte da nascente.
Como a morte da nascente
É também o anoitecer,
Num escuro tão doído
Sem a luz do alvorecer.