Ao Meu Amor

O meu amor, distante, faz-se perto,

De tão intensa e tão ardente chama

Que o ranço entorpecente de quem ama

Ao meu amor fê-lo tornar-se incerto.

Mostra-se triste e escuro este abjeto,

Esta ranhura agônica que inflama,

Que rouba-me o espírito e reclama

Meu coração como a algum objeto.

Depois vem, metastático e sereno,

O mesmo amor que outrora me encantara

Trazer-me o cálice da nódoa amara

Nas dores sepulcrais do seu veneno.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 02/01/2007
Reeditado em 03/01/2007
Código do texto: T334753
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