Tudo Que Sou
Te dou meu lirismo, minha fala e o meu verso
O reverso de toda palavra pronunciada
A ambiguidade de cada sentença calada
Que agora em teus inconstantes ouvidos elevo
Te dou o eco, a voz e a calma
De toda canção brandamente entoada
De cada singela nota cantada
Dedicadas a você na face de minha alma
Te dou o riso, o alegre e contido riso
Daqueles que muito entendem e pouco falam
Daqueles que tanto amam e calam
No inconstante medo impreciso
Te dou as cores por meus olhos vistas
Das primaveras febris que vivi
Dos verões que me levaram sólitos
À aragens desconectas, imprevistas
Te dou minhas tristes poesias
Te dou a razão que esclarece
Te dou a emoção que enlouquece
Na ampulheta que contem meus dias
Te dou um passado esquecido
O futuro que sempre esta por chegar
Te dou o sabor do infinito
E a vida que esta sempre a pulsar
Te dou razões loucas, coisas poucas
O santo e o pecador que encarno
Te dou o beijo o primeiro e o último
Esquecidos em nossas bocas
Te dou a paz, a luz e a guerra te dou
Te dou a esperança sem cura
A vida sem qualquer moldura
Te dou tudo que sou