Peste
Negros tempos
da Peste rediviva,
que assoma a soleira
e presto invade
a calma que se
pensou a tarde.
Negra Inquisição rediviva
que repõe feitiços e feiticeiras
em antigas aras faceiras.
Noites de novos demônios
perseguirem a consciência
sem ciência;
virgens pensares
atacados por lobos famintos;
cérberos "dos quintos",
nas trevas que sinto.
É tempo da
bondade sequestrada
e da macia querência
morrer em plena inocência.
Noites de Satã,
ausentes de jasmim
e do baile sem fim.
Noite que atrasa a esperança
carreada pela Vênus matutina.
Aquela, que tudo redimiria,
como no tempo em que
a Musa sorria.