A PALAVRA
Em espera silenciosa
A palavra de amor vai fenecer
Como bebida deliciosa
No cálice envelhecer.
Amor-palavra, atroz lembrança
Quase cinzas de tanto arder,
Do pranto de dor não se cansa,
Busca sempre reflorescer.
Em pouco será tarde.
O amor já pouco existe.
A lembrança já não mais arde.
Mas a palavra, quase extinta,
Tem esperança, persiste,
E ainda insiste
Para que o amor a consinta
No silêncio se esconder.