Suspira e Chora
No jardim toda manhã,
vem faceiro o beija-flor.
Beijando de flor em flor.
O beija-flor sorrateiro,
beija a flor e vai.
Volta, beija novamente a flor
e baila no olhar.
Sai num vôo alucinado,
beijando a cada flor.
Danado!
Não quer ficar,
só se aventurar.
Entre todas as flores,
há uma tão bela,
que chora, chora.
Em meio aos soluços implora.
-Volta beija-flor, vem me amar.
Ele vem, mais um beijo dá
e vai embora.
E não há quem a consola.
A toda hora,
a bela flor, suspira e chora.