Minha Morte.
Doída, dolorida, corroída a ida de meus sonhos.
Doída, dolorida, corroída a discriminação sentida na pele.
A carne e o coração sangrando.
As lágrimas escorrendo por sobre os panos.
E na alma a dor dilacerada e dilacerante.
Alucinante pulsar de sentimentos.
Jogaram cimento em meus sonhos: eles viraram pedras e se quebraram.
Mundo velho e mau sem fronteira.
Presencio a morte de meus ideais.
Porque quando a gente é, como é, e não da maneira que os outros queriam que fossemos...
Eles nos matam...
Aniquilam nossa alma.
Esmagam nossa vida.
Eles pisam em nossa verdade e nos rasgam sem piedade.
Injustiça insana.
Maldade profana.
O homem mau a todos engana: mas a Deus ele jamais poderá enganar.
E ao sentir a pele rasgada.
Ao sentir o corpo mutilado e a alma massacrada.
Nada mais resta...
Nada mais nos sobra além da dor e do rancor.
Porque no final só fica o pavor de sabermos que a única coisa que nos restam é a morte.
Pois, que hoje me mataram.
Jogaram terra em meus sonhos.
Mutilaram minha vida.
Me tiraram a comida, o sustento e a esperança.
Mataram tudo em que eu acreditava...
Tudo se foi.
E eu aqui fiquei: um zumbi esmagado e atormentado.
De tudo que foi e que ficou: apenas a morte sobrou e esta nem o vento levou.
Não, a morte o vento não levou e a mim só a dor e somente a dor restou.