Morte! Oh! Morte... Espero ansioso a hora bendita!

Ás vezes me pergunto por que tantos versos triste

E por que a minha alma insiste, quanto sofrimento

Tem horas que anseio tanto a morte, mas não depende da minha sorte

Cada tempo no seu tempo, eu só lamento

Tem dias que a negritude da dor insuportável me consome

Nem sei se sou menino, velho, um pobre homem

Sou qualquer coisa que luta contra a vida na ânsia de não viver

Morto estou a tanto tempo de infelicidade, felicidade agora é morrer

Quem lê meus poemas não encontra alegria, senão saudades

Não encontra acolhimento, senão solicitude

Quem lê meus poemas não acha neles amor correspondido

Mas um peito ferido num curso de morte, silenciosa virtude

Busco versejar coisas sinceras, como o pintor que se autorretrata

Meus versos são pinturas feitas em tela de carne

No coração tatuado, resignado e covarde

Que cortando pelas lâminas das penas se infracta (se despedaça)

Sou um poeta fora de época

Lamento a velocidade do século vinte e um

Deveras, sou triste como meus versos declamam

E meus olhos em silêncio reclamam, afinal, nesse mundo sou mais um

Choro as lamentações de meus escritos

Velo-os, sepultando no peito cada palavra ora dita

Sento na marquise de meus anseios e não repouso

Espero ansioso a hora bendita!

Morte! Oh! Morte...

Vens, corre, vens sem demora

Vem ligeira, minha alma implora

Vens e retira-me dessa sofrida ilusão

FidelisF
Enviado por FidelisF em 08/11/2011
Código do texto: T3324675
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