Os campos...

Um anjo de pedra vigia um túmulo desconhecido.

Era uma tarde nublada e quieta...

O fim de um dia que se despede calado.

Por quem olhar neste lugar sombrio?

Mas as manchas em seus olhos mostram sua lealdade,

Onde o medo não existia... Nem a esperança...

Existem somente os olhos de quem observa... De quem chora.

Na dúvida que semeia o desespero interminável,

Florescendo os passos da Morte perante a vida.

Nas veredas malditas que desaparecem de mim,

Direções que conduziriam além da fronteira terrível,

Apagaram-se de mim, escondendo-se nas trevas.

Diante desse túmulo amaldiçoado ficaram minhas lágrimas,

Consumiu-se meu sonho,

Destruiu meus sentimentos,

Contou-me seus segredos funestos.

Ao anjo que vigia o mal sobre nossas cabeças, haveria uma frase, ou talvez uma palavra.

Tudo o que protegia, não mais estava vivo.

Seus olhos apenas conduziam o mal para longe de nós,

E por não entendermos,

Morremos diante da única esperança de ainda viver...

Um anjo, diante de seu próprio túmulo,

Ainda abençoado pela sua fé e suas virtudes.

Apenas morreu nos campos sagrados da Morte.

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 30/12/2006
Código do texto: T331737