MENINA-ESTRELA

"Era uma estrela caída,

Uma entre tantas, não mais!"

Antero de Quental

Que rumo toma a menina

de olhos tão profundos, pintados,

como se não mais espelhassem auroras

e fosse o mundo só um cenário?

Que mundo tem a seus pés

nas estradas poeirentas

que lambem sua pele de ovelha,

da qual o futuro se alimenta?

Girará noites e dias

sobre sóis e tempestades.

A menina de olhos de estrela

se fará velha em plena mocidade.

Não posso deixar de pensar

na devassa dessa ternura sagrada.

E nesse rosto que hoje é uma estrela

perdida na imensidão do nada!

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