Poesia do não

Não dá para resumir o mundo

Não é possível sempre dizer a verdade

Não se pode amar para sempre

Infelizmente.

O homem não conhece o mundo,

Não conhece a verdade

E nem o amor

E muito menos a si mesmo.

Na síntese, o homem procura

fugir da necessária extensão da

história

Na verdade, o homem procura

fugir do sonho, do abstrato e

do intangível

E no amor,

procura fugir

da crueldade do destino.

da finitude da morte

Nada existe de permanente

a dinâmica é implacável e muda

E, muda até que tudo termine

e recomece outra vez

Revira castelos, cadáveres

e cadeados.

Muda tudo e sempre,

Vida após vida e após morte

Morremos um pouco

Diariamente e paradoxalmente

Diante cada fracasso,

Cada frustração,

Cada traição.

Perdoai os fracassados,

Os frustrados e os traidores.

Perdoai aqueles que envelhecem

Sem ficarem sábios,

Os que perdem a esperança

Sem conhecer a poesia

Os que sofrem

na solidão diária

o desalinho da razão..

Pois a cada flor que seca

Surge uma imediata primavera

Imanente para o futuro de todos nós.

Estamos sozinhos e acompanhados

Da lucidez do não.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3312260
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.