Máscara

Fio fino da navalha

Lâmina fria maravilha

Leva de encontro a muralha

Que passa fio da vida

Fria e fina como vidro

Busca o sangue dividido

Encoberto de cegueira

Fere e lapida o riso

Disfarce de uma dor

Busca na luz alento

Que não está mais no olhar

Nem no branco do sorriso

Onde um dia foi buscar

Corta navalha a carne

Dilacera e faz sofrer

Para a verdadeira dor

Não deixar transparecer

A dor física aniquila

Mas não é a que sufoca

Externa um compreensível

Para não expor o indizível

A navalha corta a carne...

Grito desesperado

Sofrimento justificado.

24/05/2005

Maria Cilia
Enviado por Maria Cilia em 11/07/2005
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