VICIADOS E MENDIGOS

Nos escárnios que se ofuscam á escuridão noturna das grandes cidades, vidas opressivas que também oprimem alheios valores, são lançadas nos meios fios, valetas e esquinas.

São como zumbís fazendo zigue-zagues, apenas o instinto

de automáticos cérebros é o guia destes entes.

Andam sem destino, rumo ao nada, nas madrugadas incandescentes, a inalarem ares mortais. Expirando o odor da desgraça, do suicídio

vindouro seguido de torpor.

O cheiro da morte se entranha em narinas fracas e latejantes. São seres vís em covís de terror, onde lá só habitam:

a dor,

a derrota,

e a destruição.

E ainda assim vivem; delinquentes, sujos e entregues

ao abandono dos esgotos fétidos das vielas.

Pobres mendigos viciados, criação de Deus que, em seu trono de luz

observa em trapos rotos e podres, perfeitos trajes de linho e seda em vidas preciosas que se ofuscam no submundo do silencio.

greice
Enviado por greice em 26/10/2011
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