Rejunção
Olhei ao longe e vi a capela mortuária.
Ali eu estive para um féretro.
Velório: os cheiros das velas se misturavam
com os das flores
e o da morta.
Em vida,
Nunca nos falamos.
Mal nos cumprimentamos.
Pouco nos conhecíamos.
Naquele momento em que seu corpo
Dava adeus à Luz, eu ali estava.
Ela morta e eu vivo.
Como a Morte.
Várias maneiras
De vivos ou mortos
Se aproximarem.
Ela faz de nós o mesmo:
A carne de hoje será o pó de amanhã
Depois partículas para o rejunte.
L.L. Bcena, 26/05/2000
POEMA 502 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS.