Sombria

O cenário é sombrio, repleto de auto-enganadores

As pessoas caminham mas não se reconhecem

As menores criaturas são seres monstruosos

Verdades puras pincelam falsos dizeres.

Muitos passam horas admirando a sua forma de falar

Ainda não é possível explicar o que cada um vê tão concentrado

Várias pessoas afirmam adorar gótico altar

Tentando de alguma maneira diminuir a dor de não mais poder sonhar.

Venta forte, muito forte.

Dezenas de pessoas procuraram a morte

A morte não veio!

Nasceu uma rosa,

Uma rosa vermelha, sombria e sincera

perto do desfiladeiro.

Todos descobrimos que é necessário orar por dias distintos

Ter o sofrimento extinto

Tão sombria e tão bonita, a rubra rosa torna o desafeto banido.

Nosso abrigo se torna um afetuoso recinto.

Nós nos sentimos bem ao vê-la no altar

Sabemos que ela não pode ser atingida.

Se é má conduta abandonar toda e qualquer brandura,

A sua lisura vai afastar de nós toda e qualquer loucura.

Quando a minha vida terminada

começar a dar bons frutos,

Não vou precisar mais subir a escada

que me leva para o absoluto.

Eu me misturo a todos aqueles que necessitam da sua presença

Todas as minhas glórias enfermas

são pétalas espalhadas no chão

para que soberana você possa caminhar,

Divindade sombria do meu altar!

Ali ninguém podia dormir

Porque meu profundo silêncio era propenso

A me fazer sabiamente refletir

Sobre os lugares aos quais não pertenço.

Mas sei da minha graça

E do quanto já tomei o seu tempo.

Um fino traço de esperança

Comprova os meus desejos

Uma fria noite - minha dor - seus festejos.

Lá pelo alto,

A sua estrela é fruto do amanhã

E pela manhã a natureza me mata

Não se preocupe!... Você não me maltrata.

Me afoga sempre Leviatã.

As suas sangrentas mãos

Esmagam com ternura o meu coração.

Por favor, não reparta minha ilusão.

Não reparta, não!

Não reparta o não!...

Como foi o seu dia?

Minha noite eterna é sombria.

A chama dantesca extraída da sua suave voz

Nesse purgatório me guia.

Liza,

Você é tão sombria,

tão amiga,

tão divina,

tão rainha...

Me ajuda a não refutar a minha maneira de pensar

Eu vou lutar pra não ter de lutar contra o que eu sinto

Vou sempre buscar uma maneira de honrar o carinho que guardo no meu peito

Esse carinho que é parte do amor que reina nesse recinto.

Se me cortam da boca até o ventre,

É porque gritei seu nome no inferno.

Estrela negra na fria noite,

O fogo me consome no frio do inverno.

A minha catedral cabe no cantinho do seu descomunal altar

Ao seu domínio sombrio, feliz quero me entregar

E o seu nome poetizar!