Deixa...

Deixa-me falar o que a distância sufocou.

Deixa-me gritar o que nesse peito meu se calou.

Deixe que eu diga meus sonhos,

E toda a dor que de ti ficou.

Deixa-me ver nossos lábios tocados mais uma vez,

Sua mão,

Nossas pernas confusas na imensidão.

Deixa-me fora do chão por uns segundos mais...

Deixa, para que eu possa me ver no teu corpo

E nele me fundir para não mais partir.

Deixa-me apagar a más lembranças

Dizer que ainda sou criança...

Mas para sempre a pequena menina que te amou!

Deixa-me lembrar tua voz, o pulsar do seu peito

A sua respiração.

Para que eu possa lembrar cada “Adeus” e cada “volta”!

Mas não me deixe acreditar que tudo se findou...

Tanto pedi.

E só deixou suas palavras que ecoam nas madrugadas dizendo-me:

“Deixa o tempo curar a dor que eu não quis causar.”

E por lembrar... Esqueço-me!

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 24/10/2011
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