Deixa...
Deixa-me falar o que a distância sufocou.
Deixa-me gritar o que nesse peito meu se calou.
Deixe que eu diga meus sonhos,
E toda a dor que de ti ficou.
Deixa-me ver nossos lábios tocados mais uma vez,
Sua mão,
Nossas pernas confusas na imensidão.
Deixa-me fora do chão por uns segundos mais...
Deixa, para que eu possa me ver no teu corpo
E nele me fundir para não mais partir.
Deixa-me apagar a más lembranças
Dizer que ainda sou criança...
Mas para sempre a pequena menina que te amou!
Deixa-me lembrar tua voz, o pulsar do seu peito
A sua respiração.
Para que eu possa lembrar cada “Adeus” e cada “volta”!
Mas não me deixe acreditar que tudo se findou...
Tanto pedi.
E só deixou suas palavras que ecoam nas madrugadas dizendo-me:
“Deixa o tempo curar a dor que eu não quis causar.”
E por lembrar... Esqueço-me!