Cópia.

Meu corpo flutua

Num auge que não me pertence,

Sinto que posso ir à lua,

Porque a dor a mim não vence!

Percebo que sou imortal

Na realidade diária e chata

Sob a qual sou ferido por um punhal

Arremessado por mão ingrata!

A dor não me afeta,

Mas a lágrima me fere,

E o fato de ser poeta

Dos outros não me difere!

Inverto a posição

E de xerox sou xerocado

Com tal zelo e perfeição

Bem melhor que o original ofertado!

Acabou-se a fé,

Mas não saio do caminho,

E venha de onde vier

Fortaleço o meu carinho!

Tantas palavras ao vento

Aprisionadas no papel,

Por saber que os sonhos e os sentimentos

São os de todos, menos os meus!