... e somente a dor restou ...

Quando a noite cai,

o leito de descanso torna-se de tormenta,

somente ouço o silêncio gritar cada vez mais alto.

Na fobia do incerto, meu coração sangra em forma de lágrimas,

que caem no escuro,

caindo nas lembranças que não aconteceram,

de momentos duramente abreviados.

Sinto-me como na noite em que fomos assaltados.

O frio da noite escapa pelas frestas,

e a chuva ainda cai lá fora.

O canto das gotas no telhado é rompido pelo ranger da porta,

um violino embriagado de tristeza que se fecha após sua saída.

Em meu último suspiro, fica a imagem de seu tênis branco,

e sua silhueta se afastando,

só restando o frio,

o vazio,

e o canto das lágrimas no telhado.

O travesseiro entre meus braços velando minha vigília,

testemunhando a agonia sem saber

que o perfume de seu algodão potencializa essa dor.

O mesmo perfume dos cabelos que nunca mais poderei a cariciar,

e nem senti-los tocar meu rosto a cada beijo que nunca mais terei.

E assim ficamos...

Abraçados até o véu dos sonhos nos cobrir.

Sobre L.S.L. - 25/11/2009

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 21/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T3289948
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.