ANGÚSTIA
Que vazio é esse que sorrateiramente me invade
Fazendo com que minha alegria se desfaça no ar
Nos momentos contemplativos sei-te epígona
Perco-me ante meu atraso modernamente secular
Que compunge tudo o que de mim desprende-se
Indo ao encontro de minha Kafkiana rotina
Aonde a Dantesca inquietação faz morada
E resiste às intempéries de minha tessitura
Tornando-me multívago de mim mesmo
Por conta do medo de tuas vicissitudes
E desse maniqueísmo em mim itinerante
Mas sempre de ti sectariamente órfão
Submerso em devaneios futurísticos
Fugindo de todas as verdades inexoráveis
Mesmo sabendo desse amor profundo e factual
Crio em minha mente um amálgama de pensamentos
Num duo entre tua sofisticação e meu maneirismo
Petrifica-me esse enigmático futuro em meu presente
Mas sei que isso faz parte de minha atual ambigüidade
No que tange ao merecer-te ou ser isso uma louca pretensão
Talvez não esteja conseguindo aduzir meus pensamentos
Mas quero dizer apenas que vicejas por todos meus meandros
E sou granjeado em poder sentir em mim teu indefectível existir