RECLAME
“RECLAME”
Pactuar
Assume-se
Revoar a resposta
Em resumo
Em que se resume
O lume
O cume
De um remendo
Cúmplice e vértice
O que lhe serve
Implorar-se
Pela ira dos capitais?
O mais se foi de repente
O deprimente sente
Para que se teime
A quem pense amar
Arpoar o imenso
Deitar dos olhos,
O deflagrar de corpos
Dopados no extenso
Tenso espólio de ternura
Copiar e ressoar
A feiúra
Feituras,
De aborrecimentos
Atuar,
Dura sentença que roga
Valer-se de retidão
Não é prova,
De nada.
Pátria falida
E retrógrada
Dada às drogas
Que escondam nossas lidas
De ridas forras
Eu sou a tropa
De um outro percurso
Concurso,
Em que me acuso
No muito que me encanta
Que planta a semântica
Que incrimina
Os factuais enfermos
Faça de mim
Seu ouvinte deletério
Ficar comigo,
Que é sério,
É o que revelo
Faça de mim,
Seu homem
Tome o amor
De fome
Coma a silhueta
Que mais preza a vida
A bebida nos trouxe,
O tomem
Incline o mundo
Em minhas apostas
Propostas respondidas
Sem palavras
E visadas
Por de trás de um tempo
Olho e escuto
Tropeço,
A desapropriar
Minha partilha
Cometo a injúria
De uma saída
Que pinta os olhos
De loiro
Para que minta de ruivo
A despedida
Dos sonhos
Mortalha
É agora,
Falha de escolta
O quê me importa
A presença
Do corpo em pêlo
Sereno compasso
Do pecado
De cometê-lo
Para presencialmente
E cedo
Retardar em cerco
O nosso destrato?
Farias do recurso
O curso de noites atraídas
Pelo frescor do orvalho
Do reparo da capa insinuante
Do indumentário inventariante
Em que manche o retalho
Meus lábios
Em se culpá-los
Na orgia
Devia
Dizer-lhe:
‘Mais distante
Porque se ri
Ofegante,
Cante por mim
Brande por um sim
Operante
Trame por um vim
E enrame,
E reclame do amor
Sem presenciá-lo’
Cabeça de intocado
Pelo desgaste
Que o atol
Aflita
E repita intrigante
Em postas e riscas
De geleira
Que se queira fria
Pelo resto,
De minha vida.