O MORRER DA POESIA

A poesia morre quando devastam jardins

para construir selvas de pedras em seu lugar

a poesia morre quando matam beija-flores

e envenenam milhares de borboletas

a poesia morre quando um homem

com "h" minúsculo bate numa mulher

a poesia morre quando apagam o sorriso

de uma mulher com a violência machista

a poesia morre quando a ambição humana,

desvairada, polui os rios e mata a vida

a poesia morre quando crianças

são levadas a se drogar nas ruas

para não sentir fome

a poesia morre quando chamam de brega

o gesto masculino de oferecer flores às mulheres

a poesia morre quando uma mulher passa

e não desperta o olhar admirado dos homens

a poesia morre quando assassinam crianças.

Mas a poesia nunca morre se uma mulher sorri.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 18/10/2011
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T3283189
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