MURALHA INVISÍVEL

Não consigo ver

Apenas sinto as palavras

Sumirem no vácuo

Do teu silêncio infinito

A Minha alma se desmancha

Em forma de gotas que escorrem

Na minha face contraída

Dorida.

Minha visão só alcança o céu

Índigo coberto por nuvens

Que escondem as estrelas.

E perdida

Sem guia

Tento uma saída

Para não retornar ao passado

De um sonho já sonhado.

Mas, meus pés esbarram

Na muralha do teu silêncio

E minhas mãos empurram o nada

O ar em sopro não ecoa

Retornando para mim viciado

Pelo limite do tempo.

Machucada aperto o peito

Tentando salvar o ritmo da batida

Do meu coração descompassado.

Desistir é voltar o olhar

Para o caminho que já fiz...

Sem forças

Sem nada

Sem pedra

Sem espada

Sem raio de luz

Que invada

Que abra

Que rompa

Que fure

Que quebre

A muralha do silêncio

Que é vácuo

Mas existe

Que é real

E insiste.

E sentida

Me impede de seguir

Avançar

Aprisionando minha vida

Na corrente do tempo sofrido

Presente,

sem mais...

Me rendo.

Lulith
Enviado por Lulith em 14/10/2011
Código do texto: T3275409
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