CORRENTES
Sei bem o que passo hoje,
sei até o que carrego
tão incômodo e pesado
e que mereço, não nego.
Sei bem o que sofro agora
por tantos e quantos amores,
que um dia todos se foram,
em lágrimas e dissabores.
E eu, ainda tão novo,
carrego tanta tristeza
que em mim quase nem cabe;
apagada chama da beleza.
Esse peso, quisera fosse
guardião da alma atormentada,
que cabisbaixa ainda segue
pesada, em cruz acorrentada.