Dor
Quanta dor vai aqui dentro
escoando d’alma,
percorrendo cada músculo,
eletrizando os nervos,
espalmando-se na face triste,
escorrendo em lágrimas...
Quanta dor vai aqui dentro
invadindo-me toda,
dobrando as minhas esquinas,
entranhando-se no meu âmago,
sendo eu.
Quanta dor vai aqui dentro
inundando-me,
tomando-me as ruas e as avenidas,
ocupando-me as ruelas e os becos escuros.
Quanta dor ecoa em mim e dentro de mim.
Sufoca-me, turva-me a existência
e, no entanto, não preenche o vazio em que me tornei.
Quanta dor passeia em mim,
apagando-me a luz dos olhos e iludindo-me os versos.
Quanto pesar vai dentro de mim
e quanto ainda será preciso
para que eu liberte a dor
por uma mãe que se foi?
Josely.
10.11.05 QUI 21:21