Correntes Enferrujadas
As correntes me acorrentaram porque eu era louco,
Louco eu era por tanto amar,
O amor me cegou durante tempos,
Mais hoje as correntes se enferrujaram.
Estou debilitado, mais me esforço,
Dando pequenos passos pra fora daqui,
Ainda que enxergnado mal,
Eu sei que do lado de lá do rio,
Estarei livre,
É a liberdade ou a morte,
É juntando todas suas forças,
E nadar além daquele rio,
Para pisar naquela terra virgem,
E ali semear a semente de novos sonhos,
Para colher quem sabe amanhã,
Bem longe desta Peste Negra que assolou meus campos,
Colher a Fartura,
Que a tanto tempo não aparece e nem me saceia,
Me livrando da desgraça,
De morrer desiludido,
Largado na Solidão,
Com fome e sede de paixão,
Com fome e sede de amor.